Muniz Freire mergulha na pior crise política de sua história. A atual gestão de Dito (PSB) ultrapassou, em gravidade e rejeição, até mesmo os escândalos que marcaram o governo de seu pai, o ex-prefeito Gesão — forçado a renunciar em meio a uma onda de revolta popular e denúncias de irregularidades.
Hoje, o roteiro se repete — só que mais grave, mais sujo e mais desesperador. A cidade está paralisada. Os professores cruzaram os braços. O caos se instalou. E a população, cansada de promessas vazias, exige respostas.
Salários abaixo do piso nacional. Reembolsos de combustível retidos. Falta de estrutura nas escolas. Nepotismo escancarado. E uma gestão que age como se a Prefeitura fosse herança de família.
Dito nomeou sua irmã, Gesiara, para a Secretaria de Finanças — um deboche com a cara da população. E para completar o retrato do descaso, colocou Marciano Areias, condenado criminalmente a pena de prisão por fraude em licitações, como secretário de Administração. Isso não é gestão. É afronta. É provocação.
O prefeito perdeu completamente a conexão com o povo. Quebrou a confiança, abandonou os compromissos e hoje governa apenas para si e os seus. Sua palavra não vale mais nada. Sua autoridade virou ruído. E sua permanência no cargo é uma tragédia anunciada.
A rejeição popular atinge níveis históricos. Nos bairros, nas escolas, nas repartições públicas, nas conversas de esquina —
o clamor é um só: renúncia imediata.
E que não se iluda: se não sair pela consciência, sairá pela pressão. O povo vai às ruas. A passeata está sendo organizada.
O grito está preso na garganta, e ele vai sair.
A governabilidade de Dito acabou. O mandato pode até continuar no papel — mas na prática, ele já caiu.
O que começou com o pai termina no filho: o colapso político de uma família que transformou a Prefeitura em trincheira pessoal.
O declínio, agora, parece hereditário: de pai para filho.
Agora, é o povo quem exige o fim: Renuncia — ou haverá resistência nas ruas.
Ou dignidade na saída — ou enfrentamento direto, com o povo em marcha, os servidores em greve e a cidade inteira dizendo basta. Ou entrega o cargo — ou assiste, isolado, à implosão total da própria gestão.
Porque quando um governo trai quem o elegeu, o povo não pede: o povo exige.
Os profissionais do magistério da rede municipal de São Mateus, no norte do Estado, iniciaram nesta semana uma série de mobilizações pelo cumprimento do piso salarial nacional da educação básica.
As ações foram definidas em assembleia realizada na terça-feira (8) e incluem atos simbólicos nos locais de trabalho, mobilização nas redes sociais, presença e manifestação de um representante do movimento sobre a as reivindicações da categoria na tribuna da Câmara Municipal, na próxima segunda-feira (14), e protesto em frente à prefeitura na quarta-feira (16), às 12h.
foco central do movimento é o pagamento integral do piso salarial do magistério, previsto na Lei Federal nº 11.738/2008, que estipula o valor mínimo que deve ser pago aos profissionais da educação básica.
Atualmente, o salário inicial pago aos professores em São Mateus é de R$ 2.403,52 para uma jornada de 25 horas semanais. No entanto, considerando a conversão do piso nacional de 2025 para essa carga horária, o valor deveria ser de R$ 3.042,35.
A gestão municipal é liderada por Marcus da Cozivip (Podemos), eleito no ano passado. “Este ano, o piso foi reajustado em 6,27%, o que equivale a R$ 4.867,77 para uma jornada de 40 horas. Em São Mateus, seguimos recebendo com base no valor de 2022”, denuncia a professora de História e diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Mateus (Sindserv), Rafaela Fávero.
Além da não adequação ao piso, os servidores enfrentam perdas salariais acumuladas, explica. “As perdas salariais somam mais de 24%, fora o reajuste do piso. O município anunciou 5,5%, mas é muito aquém do necessário. E as condições de trabalho são igualmente alarmantes”, afirma.
Ela destaca a precariedade de unidades como a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF Dora Arnizaut Silvares), onde leciona: “A escola funciona em prédios improvisados, cedidos por igrejas, enquanto o prédio original está em reforma desde o ano passado. As salas são pequenas, quentes, sem ventilação adequada, e a alimentação é armazenada dentro da sala de aula, sem estrutura. O pátio é pequeno e a areia, suja. Não há um espaço apropriado para as crianças se alimentarem”, descreve.
Segundo a professora, a insatisfação é generalizada. “Foram oito anos de descaso com a gestão anterior [Daniel Santana, do PSDB], sem diálogo com a categoria. O atual prefeito pediu três meses para analisar as contas, mas chegou à reunião sem nenhuma proposta concreta. Estamos cobrando seriedade e negociação”, pontua Rafaela.
Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Mateus (Sindserv), Herikson Locatelli, o cenário é de desvalorização e descaso. “A ausência de políticas salariais justas condena os trabalhadores a uma vida marcada pelo desrespeito. Muitos servidores que atuam como auxiliares administrativos recebem abaixo do salário mínimo, enquanto profissionais da saúde e do magistério são privados de um direito garantido por lei”, afirma.
Ele defende que a sociedade precisa se somar à luta dos funcionários públicos, em reconhecimento ao seu papel para efetivação das políticas e serviços prestados à população. “Somos nós que mantemos tudo funcionando: saúde, assistência social, educação. Sem valorização, essas políticas públicas ficam comprometidas”, afirma.
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