O prefeito de Jerônimo Monteiro (sul do Estado), Zé Valério, recebeu o apoio do ex-prefeito, Sérgio Fonseca – ambos do PSD – nas eleições de 2024. Entretanto, após poucos meses de mandato do atual chefe do Executivo, os dois já estão rompidos.
O rompimento foi explicitado em uma “troca de indiretas” nas redes sociais no início deste mês, que ainda repercute no mercado político. No dia 2 de julho, Sérgio Fonseca publicou um vídeo em que saudava o início do processo de asfaltamento de uma estrada que liga Jerônimo Monteiro até a comunidade de Gironda.
“Agradeço ao governador Renato Casagrande [PSB], aos deputados estaduais Marcelo Santos [União] e Alexandre Xambinho (Podemos], ao ex-ministro José Carlos de Carvalho, e ao secretário de agricultura Enio Bergoli por atenderem essa demanda apresentada ainda na gestão anterior”, afirmou Fonseca na ocasião.
Zé Valério, porém, não gostou nada de ver o ex-aliado tentando levar o crédito pela liberação dos recursos no governo estadual. “Tem pessoas querendo pegar carona nisso agora, mas estamos aqui para desfazer essa mentira”, afirmou, em um vídeo publicado no dia seguinte, apresentando documentos oficiais dos pedidos realizados ao Estado – mas sem citar Sérgio Fonseca diretamente.
Ao lado de um produtor rural e do vice-prefeito, Genaldo (PSB), Zé Valério defendeu que, na verdade, o processo que resultou na liberação dos recursos aconteceu já no seu mandato: “Isso tudo começou no dia 4 de abril, onde eu e o nosso vice-prefeito fomos ao Governo do Estado em uma agenda marcada pelo presidente da Assembleia [Legislativa], Marcelo Santos, juntamente com a secretária de Governo Maria Emanuela, o secretário da Casa Civil, Júnior Abreu, e também o assessor Júlio da Fetaes.”
Segundo fonte ligada aos meios políticos locais, o “acordo” entre Sérgio Fonseca e Zé Valério para que os dois “governassem juntos” acabou não se concretizando. Fonseca teria ficado contrariado por mudanças no secretariado feitas pelo atual prefeito. Zé Valério foi secretário de Desenvolvimento Urbano, Obras Públicas e Transportes na última gestão de Sérgio Fonseca. O atual vice-prefeito, Genaldo, também foi o vice de Fonseca.
No ano passado, em meio à chegada do período eleitoral, Zé Valério foi envolvido em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pela Câmara de Vereadores, visando apurar denúncia de possível distribuição irregular de material de construção.
Na época, Sérgio Fonseca havia entrado em pé de guerra com a Câmara de Vereadores, após pedir que a Casa desocupasse o espaço onde está instalada há vários anos. A Câmara funciona no segundo andar do prédio da administração municipal.
Nas eleições de 2024, ele ficou com 53,62% dos votos, contra 32,82% de Thiado Bernardo (Podemos), 11,02% de Wanderley (Agir) e 2,43% de Mitter (PP).
Fonte: Século Diário
